segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O UMBUZEIRO


Vi o umbuzeiro abatido
Na beirada da estrada
Como pedindo clemência
Pra vida mal acabada.
Disse ele ao poeta;
"Já fui verde e acolhedor"
Agora não sei por quê?
Um monstro me derrubou.
Tantos que por aqui passaram
Pela estrada empoeirada
Boiadeiros e doutores
Não tem mais sombra na estrada.
Agora sou tronco lascado
Desgalhado pelo chão
Nunca mais lhe dei flores
Nem lança frutos á mão.
Desde o tempo das boiadas
E das tropas dos feirantes
Até aos ônibus rápidos
E grã-finos viajantes.
Um umbuzeiro servia

Como sombra e sinal
Pros meninos dava frutos
E encosto ao velho casal.
A estrada está deserta
Num desacampado infeliz
O sol "batendo" no asfalto
Queimando a raiz
Quem fez uma maldade desta?
Jogar um carro pesado
Contra uma vida em festa.
Deus! Verdejante amigo
Adeus! Ó canto dos pássaros
Se ainda sonhar contigo
Será um sonho de caratês,
O vento sopra suave
A mim pareceu uma voz;
"Diga aos amigos de longe":
Saudação a todos vós.


Abel de Lima - Membro da Academia Belojardinense de Letras

Este poema é uma homenagem ao UMBUZEIRO que foi derrubado pala insanidade humana, no sítio Lagoa da Chave-BR 232 - Belo Jardim

Nenhum comentário: