quinta-feira, 18 de março de 2010

PAIXÃO ARDENTE



Quando se aproximas de mim,
Meu corpo queima de desejo,
Sinto o fogo do amor
Anseio momentos ousados de prazeres.

Quero ter em tua boca beijos ardentes,
Nas tuas mãos, fortes carícias
No teu suor ansiedade de me ter
E no teu corpo o desejo de me consumir.

Quero viajar nas ondas da paixão
Nos teus braços me banhar de prazer
E por fim satisfazer, esse desejo
Que me queima e me consome.




Poema recitado pela autora Janaína Cavalcante, durante a 28ª reunião da Academia Belojardinense de Letras e Artes, no distrito de Serra do Vento.

terça-feira, 9 de março de 2010

A MULHER DESTE BRASIL !


A mulher deste Brasil
É a flor que floresce
Acorda debaixo deste céu de anil
Vivendo uma aventura, não esquece
Trabalha neste chão varonil
É esta a mulher do meu Brasil.

A mulher deste Brasil
É muito especial
É de personalidade varonil
Seu amor é sem igual.

A mulher deste Brasil
Tem um sonho altaneiro
Se destaca entre mil
Com seu coração brasileiro.


Autor: Hazelpony, 10 anos, poema recitado na 28ª reunião da Academia Belojardinense de Letras e Artes.

VAMOS À LUTA .


Vamos à luta, meu amigo,
Que a ociosidade é a ferrugem.

Vamos ver o que há para fazer

O mais breve possível, o quanto antes.

O combate é agora, suportemos;
A vitória é nossa, esperemos.
Não sejamos receosos de viver,
Que a vida é a chama do amor.

Não tenhamos indolência no agir,

Que a ação é o sal que dá sabor.

Levantemos, comecemos sem demora,

Que cada minuto que passa,

Temos nós menos tempo pra lutar.

Que os passos que damos diariamente

Se movam para a (re)construção.

Que as mãos abertas do mais forte

Não apanhe pedras para arremessar.

Que a casa do artista do viver

Seja o vale, seja a serra, seja o mar.



Raimundo de Oliveira- membro da Academia Belojardinense de Letras

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mulher da vida, minha irmã

Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrutível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.

Cora Coralina