Entidade privada, sem fins lucrativos, com sede à Rua Siqueira Campos s/n Belo Jardim Pernambuco, tem como finalidade o fomento às artes e à língua nacional.
A mulher deste Brasil É a flor que floresce Acorda debaixo deste céu de anil Vivendo uma aventura, não esquece Trabalha neste chão varonil É esta a mulher do meu Brasil.
A mulher deste Brasil É muito especial É de personalidade varonil Seu amor é sem igual.
A mulher deste Brasil Tem um sonho altaneiro Se destaca entre mil Com seu coração brasileiro.
Autor: Hazelpony, 10 anos, poema recitado na 28ª reunião da Academia Belojardinense de Letras e Artes.
Vamos à luta, meu amigo, Que a ociosidade é a ferrugem. Vamos ver o que há para fazer O mais breve possível, o quanto antes. O combate é agora, suportemos; A vitória é nossa, esperemos. Não sejamos receosos de viver, Que a vida é a chama do amor. Não tenhamos indolência no agir, Que a ação é o sal que dá sabor. Levantemos, comecemos sem demora, Que cada minuto que passa, Temos nós menos tempo pra lutar. Que os passos que damos diariamente Se movam para a (re)construção. Que as mãos abertas do mais forte Não apanhe pedras para arremessar. Que a casa do artista do viver Seja o vale, seja a serra, seja o mar.
Raimundo de Oliveira- membro da Academia Belojardinense de Letras
Mulher da Vida, minha Irmã. De todos os tempos. De todos os povos. De todas as latitudes. Ela vem do fundo imemorial das idades e carrega a carga pesada dos mais torpes sinônimos, apelidos e apodos: Mulher da zona, Mulher da rua, Mulher perdida, Mulher à-toa. Mulher da Vida, minha irmã. Pisadas, espezinhadas, ameaçadas. Desprotegidas e exploradas. Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito. Necessárias fisiologicamente. Indestrutíveis. Sobreviventes. Possuídas e infamadas sempre por aqueles que um dia as lançaram na vida. Marcadas. Contaminadas, Escorchadas. Discriminadas. Nenhum direito lhes assiste. Nenhum estatuto ou norma as protege. Sobrevivem como erva cativa dos caminhos, pisadas, maltratadas e renascidas. Flor sombria, sementeira espinhal gerada nos viveiros da miséria, da pobreza e do abandono, enraizada em todos os quadrantes da Terra. Um dia, numa cidade longínqua, essa mulher corria perseguida pelos homens que a tinham maculado. Aflita, ouvindo o tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras, ela encontrou-se com a Justiça. A Justiça estendeu sua destra poderosa e lançou o repto milenar: “Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra”. As pedras caíram e os cobradores deram s costas. O Justo falou então a palavra de eqüidade: “Ninguém te condenou, mulher... nem eu te condeno”. A Justiça pesou a falta pelo peso do sacrifício e este excedeu àquela. Vilipendiada, esmagada. Possuída e enxovalhada, ela é a muralha que há milênios detém as urgências brutais do homem para que na sociedade possam coexistir a inocência, a castidade e a virtude. Na fragilidade de sua carne maculada esbarra a exigência impiedosa do macho. Sem cobertura de leis e sem proteção legal, ela atravessa a vida ultrajada e imprescindível, pisoteada, explorada, nem a sociedade a dispensa nem lhe reconhece direitos nem lhe dá proteção. E quem já alcançou o ideal dessa mulher, que um homem a tome pela mão, a levante, e diga: minha companheira. Mulher da Vida, minha irmã. No fim dos tempos. No dia da Grande Justiça do Grande Juiz. Serás remida e lavada de toda condenação. E o juiz da Grande Justiça a vestirá de branco em novo batismo de purificação. Limpará as máculas de sua vida humilhada e sacrificada para que a Família Humana possa subsistir sempre, estrutura sólida e indestrutível da sociedade, de todos os povos, de todos os tempos. Mulher da Vida, minha irmã.